Feliz Aniversário, Deleuze!

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Gilles Deleuze nasceu dia 18 de Janeiro de 1925, sendo um dos principais filósofos do pós-estruturalismo, marcado pelos eventos pós maio de 1968, marcado por greves gerais e ocupações estudantis na França, aonde conheceu Felix Guatarri, uma amizade que rendeu suas duas grandes obras: “O Anti-Édipo, capitalismo e esquizofrenia” e Mil Platôs”, livro que continha severas críticas a psicanálise (sendo o próprio Guatarri um psicanalista). Embora muitos entendam suas obras como se “Deleuze Guatarri” fossem um único autor (algo que de certo modo ofuscava a obra de Guatarri), os dois são diferentes em diversos pontos, em alguns momentos até discordantes, algo que fica bem evidente nos diferentes capítulos de Mil Platôs: eles descrevem sua amizade e escrita como dois grandes rios que se encontram, mas suas águas não se misturam (como o Rio Negro e Solimões).

Por grande parte de sua vida, Deleuze foi professor de filosofia formado na Sorbonne, suas teses foram sobre o tem de “diferença e repetição”, construindo uma filosofia da diferença e da multiplicidade, sobretudo proveniente de sua leitura de Nietzsche e sua tese secundária foi Espinosa e o problema da expressão, onde Deleuze tentava mapear na filosofia de Espinosa a relações entre os afetos, paixões e ações, onde futuramente vai elaborar a grande pergunta “o que pode o corpo?”.

Deleuze era muito criticado por ser um “péssimo historiador da filosofia”, já que ele não estava preocupado com “o que o filósofo queria dizer com aquilo”, mas sim usar suas ideias e misturar com suas próprias concepções, criando uma nova filosofia deleuziana. Criticado por muitos pela “infidelidade” com seus objetos de estudo, apreciado por outros justamente pelo mesmo motivo, sem dúvidas Deleuze foi um dos grandes pensadores da filosofia moderna.

“Quando alguém pergunta para que serve a filosofia, a resposta deve ser agressiva, já que a pergunta se tem como irônica e mordaz. A filosofia não serve nem ao estado, nem à igreja, que têm outras preocupações. Não serve a nenhum poder estabelecido. A filosofia serve para entristecer. Uma filosofia que não entristece, ou não contraria a nada, não é filosofia. A filosofia server para prejudicar a tolice, faz da tolice algo vergonhoso. Não tem outra serventia a não ser a seguinte: denunciar a baixeza do pensamento sob todas as suas formas.”

 

Deleuze, Nietzsche e a Filosofia (1987)

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