No dia 8 de Janeiro de 1851 Jean Bernard Léon Foucault (1819-1868) cientista e astrônomo francês pendura um pêndulo de 30 quilos no panteão de Paris, suspenso por uma corda de 67 metros. A esfera parcialmente oca tinha em seu interior areia, que saia por um orifício na ponta do pêndulo, deixando uma marca no chão, num experimento que demonstrava que a Terra girava em torno de si, marcando a data como “Dia da Rotação da Terra”.
A ideia do experimento era demonstrar o movimento de rotação da Terra: a previsão era de que, em cada período do pêndulo, sua trajetória seja deslocada levemente em torno de seu eixo, fazendo um movimento similar a uma mandala ao completar um ciclo de 360º. Teoricamente, o tempo total que o pêndulo levava dependia da distância da linha do equador: o pêndulo posicionado sob a linha do equador não teria deslocamento angular (tempo de 1 ciclo = infinito) e conforme se aproximava dos polos o tempo seria próximo a 1 dia (um pêndulo posicionado perfeitamente sobre um dos polos levaria um dia para completar o ciclo, coincidindo com o tempo de rotação terrestre).
Como Paris fica na latitude próxima a 45ºN (48°51’23″N, precisamente) o tempo total do ciclo seria de 1,4 dias. Porém não é necessário esperar um dia para confirmar o experimento, basta dispor peças de dominó (ou qualquer coisa que possa ser derrubada pelo pêndulo) ao redor do círculo e calcular de quanto em quanto tempo um seria derrubado no círculo em função do ângulo.
O “Pêndulo de Focault” também inspirou um romance de Umberto Eco (1932-2016) filósofo e escritor italiano (que faria aniversário dia 5 de janeiro, coincidindo com o dia da tipografia no Brasil).