Logos

O Übermensch pode ser traduzido como “além-homem” ou “super-homem”, que aparece na obra de Nietzsche “Assim Falou Zaratustra”. Em ambos os termos traduzidos, embora muito abertos a interpretação, passam a ideia de superação.

O “super-homem” consiste em um estágio ondem o homem é capaz de se libertar de todas as suas crenças e valores, superando a si mesmo e superando também o vazio da vida através da vontade de poder, ou vontade de potência (substitui-se “poder” com potência para que não haja confusão de que essa “vontade” seria a de exercer o poder sobre os outros, ou sobre a natureza, mas sim de realizar-se nela).

Reflexões

É importante destacar o Übermensch não como um objetivo transcendental, mas como uma realidade imanente do devir. Nietzsche também se direciona ao “além-do-homem” como o último dos homens, que pode se relacionar diretamente com a morte de Deus: com a queda de todos os valores do homem da europeu moderno da época, era fácil fazer uma má leitura nietzschiana: onde o trono de Deus seria um espaço vazio para se fazer elevar o homem: “sem deuses, sem reis, apenas o homem!”.

Mas não se trata disso. Do que serviria a morte do Deus cristão se colocamos outros deuses em seu lugar? A ideia é que o trono permaneça vazio e não enaltecemos outros deuses, seja ele “o próprio Homem”, seja ele “a Ciência”, seja ele “o Capital” (ou tão pouco um “livre mercado” onde condições de trabalho por serviços em aplicativos são precarizados): é assim que Nietzsche lida com o diagnóstico de uma sociedade niilista: abandonar todas as esperanças do retorno de um novo Deus, superar os valores do homem, o que também não significa se entregar a um niilismo negativo de insignificância generalizada: também é preciso criar novos valores a partir do declínio do mundo moderno: “o super-homem é aquele que diz sim ao Eterno Retorno.

Referências: