Arthur Schopenhauer nasceu dia 22 de Fevereiro de 1788 em Gdansk, na Polônia. Filho do comerciante rico Heinrich Floris Schopenhauer e uma mãe autora (Johanna Schopenhauer foi a primeira escritora alemã a publicar sem pseudônimo). Com um pai estoico e depressivo e uma mãe entediada que queria viver sua própria vida, Arthur vivia distante, incorporando o tédio e sofrimento dos pais.
A princípio, Arthur foi criado para herdar os negócios do pai, mas não tinha vocação e não se preocupava com os negócios da família. Em 1803, parte com uma viagem com sua família pela Europa: na viagem, Schopenhauer vê apenas dor, fome e sofrimento: em pleno cenário do reino do terror jacobino (após a revolução francesa) cargas de trabalho absurdas meio ao início da revolução industrial. Ele não entendia como um “mundo criado por Deus” poderia ter tantos horrores, e muitas vezes se sentiu como o próprio Sidarta (Buda) que ao sair de seu castelo e viajar pelo mundo viu que nem todos tinham os mesmos privilégios, e muitos viviam na absoluta miséria. Seu pai é encontrado morto em um canal atrás de sua residência em 1805.
Após uma jornada acadêmica regada de desilusão e frustração, principalmente como “charlatanismo enlouquecido” de Fitche (sucessor da filosofia de Kant, que Arthur admirava), Schopenhauer tem como sua primeira obra: “O mundo como vontade e representação”, onde assume influências do budismo, Platão e Kant. Suas conclusões são de que existência é essencialmente dor e falta de sentido, se a vida é regida por desejos, enquanto não se tem o que deseja, há sofrimento, quando se tem o que deseja, há tédio, e há novos desejos. Sendo assim, a felicidade nada mais era que “um pequeno intervalo entre sofrimento e o tédio”. A “salvação” na filosofia de Schopenhauer nada mais era que a renúncia dos desejos, influência principalmente do budismo, onde a renúncia e meditação seriam a saída do Samsara (ciclo da vida) até o Nirvana (beatitude e objetivo final do budismo). Seu principal sucessor, Nietzsche, discorda totalmente da conclusão pessimista schopenhauriana e assume outros caminhos.
Schopenhauer foge da cólera que assolou Berlim em 1831 (motivo da morte de seu contemporâneo Hegel) indo para Frankfurt, onde assume uma rotina metódica, vivendo uma vida cotidiana e evitando barulho e agitação, tinha como grande medo perder suas riquezas e sua estabilidade. Seu melhor companheiro era seu cãozinho poodle Atma (“Alma do Mundo”) que levava a passeios regulares pela vizinhança.
“Como poderíamos nos recuperar do eterno fingimento, da falsidade e perfídia dos seres humanos se não fossem os cachorros, cujos focinhos honestos podemos contemplar sem desconfiança.”
–Arthur Schopenhauer
Referências:
- Razão Inadequada – Schopenhauer
- Wikipedia – Johanna Schopenhauer
- Terra – O alemão e o amor pelos animais