Em 15 de Janeiro de 1809 nasce na comuna francesa de Besançon Pierre-Joseph Proudhon, sendo o primeiro teórico a se auto considerar anarquista (o termo era utilizado como algo pejorativo entre os revolucionários da época). Foi considerado por Marx um “socialista utópico” (termo desenvolvido no livro de Engels “do Socialismo utópico ao socialismo científico”) embora Proudhon jamais tenha se reconhecido como tal, visto que em sua teoria ele também falava de crítica a economia política de de socialismo científico, criticando bem antes de Marx os socialistas que ele considerava utópico.
Uma de suas obras mais conhecidas e polêmicas se chama “propriedade privada é um roubo” – as ideias iam contra a ideia de “liberdade” que os que os liberais (como Adam Smith) defendiam: Para Proudhon, essa liberdade liberal sempre foi uma liberdade para poucos, numa sociedade onde “o direito de um senhor” de possuir um escravo como propriedade era defendido, mas a liberdade e humanidade do próprio escravo, não.
Todavia, ao contrário de uma ideia de que Proudhon pregava o fim de toda propriedade privada, ele defendia que os trabalhadores tivessem e defendessem sua propriedade, apostando em um mutualismo comunitário (termo melhor desenvolvido por Priot Kropotkin em “apoio mútuo”, – onde Kropotkin faz uma leitura de Darwin onde aponta o apoio entre espécies um fator crucial na evolução, contrariando uma leitura da “sobrevivência do mais forte” que muitos teóricos faziam na época).
Proudhon, junto com Max Stirner, Bakunin e outros pensadores anarquistas influenciaram em peso o movimento anarquista norte-americano, além de se tornar uma grande ferramenta ideológica dentro dos movimentos sindicais, onde anarcossindicalistas no mundo inteiro faziam greves para melhores condições trabalhistas.
“Se eu tivesse que responder à seguinte pergunta: “O que é a escravatura?” E respondesse sem hesitar: “É o assassinato”, o meu pensamento ficaria perfeitamente expresso. Não precisarei de fazer um grande discurso para mostrar que o poder de privar o homem do pensamento, da vontade e da personalidade, é um poder de vida e morte e que fazer de um homem escravo equivale a assassiná-lo. Porque, então, essa outra pergunta: “O que é a propriedade?” Não posso respoder simplesmente: “É o roubo!”, ficando com a certeza de que me entendem, embora esta segunda proposição não seja mais que a primera, transformada?”
–Pierre-Joseph Proudhon: O que é a propriedade?
Referências:
- Pierre-Joseph Proudhon: O que é a propriedade?
- Priot Kropotkin – Apoio Mútuo, um fator de evolução
- Ricardo Ramos Rugai – UNIFESP campus Guarulhos – Proudhon anarquista? Estado, mercado e o pensamento econômico proudhoniano