Essa é a primeira tirinha introduzindo uma personagem no universo do Filósofo Psicodélico: Luci, representada pelo Alfa que marca todo o início do pensamento racionalista e científico dentro do caos surrealista do Filósofo Psicodélico. Luci é uma cientista que parte de uma abordagem materialista da concepção da realidade: ou seja, nega toda uma metafísica que assuma uma outra realidade que não essa limitada pelos nossos sentidos, experiências e relações com a natureza. A realidade, para Luci, são seus sentidos.
De um modo análogo, Fibonatt é um ser que tenta extrapolar as barreiras do mundo físico e colocar os pés em outras realidades: se “toda verdade é relativa”, Fibonatt é aquele que nada na relatividade, pegando carona numa infinita espiral que atravesse todo o cosmos, é capaz de se comunicar tanto com Luci, quanto com o Unicórnio Motoqueiro, e provavelmente com o próprio leitor, demolindo quartas, quintas e sextas paredes.
O Unicórnio Motoqueiro, no entanto, é um “supra-cético”: representa talvez a figura caricata de Pirro, que duvidava até de um buraco a sua frente estar realmente lá. Também pode ser comparado a René Descartes, que parte da dúvida de sua própria existência a ponto de sua filosofia partir da afirmação: penso logo existo; porém diferente de Descartes, Unicórnio Motoqueiro nada afirma, como uma existência tão absurda como um unicórnio que anda de moto pode se afirmar?
De um modo análogo, Fibonatt é um ser que tenta extrapolar as barreiras do mundo físico e colocar os pés em outras realidades: se “toda verdade é relativa”, Fibonatt é aquele que nada na relatividade, pegando carona numa infinita espiral que atravesse todo o cosmos, é capaz de se comunicar tanto com Luci, quanto com o Unicórnio Motoqueiro, e provavelmente com o próprio leitor, demolindo quartas, quintas e sextas paredes.
O Unicórnio Motoqueiro, no entanto, é um “supra-cético”: representa talvez a figura caricata de Pirro, que duvidava até de um buraco a sua frente estar realmente lá. Também pode ser comparado a René Descartes, que parte da dúvida de sua própria existência a ponto de sua filosofia partir da afirmação: penso logo existo; porém diferente de Descartes, Unicórnio Motoqueiro nada afirma, como uma existência tão absurda como um unicórnio que anda de moto pode se afirmar?
Se tudo é um sonho, quem é o Sonhador?
Luci diria que a própria premissa de não sermos reais ou sermos parte de outra realidade é absurda, vista sua base nas experiências: tal como Espinosa e até o daoismo de Laozi, a nossa existência se afirma em nossas experiências e nossas ações (que Espinosa chama de afetos) na natureza. Tudo é natureza, e nela tudo está contido: não há um “sobrenatural” ou alguma realidade além dessa, a realidade se afirma nela mesma: se Descartes duvidava se até o fogo da lareira na sua frente, Luci e Espinosa diriam que a dor de colocar a mão no fogo seria mais do que o suficiente para comprovar tal tese.
De outra forma, Fibonatt acreditaria que uma concepção desse tipo levada aos extremos culminaria no solipsismo radical: uma crença de que só posso afirmar a minha existência, a tal ponto de sequer podermos reconhecer outras pessoas ou seres vivos como consciência: tudo, absolutamente tudo, seria projeção de nossa mente, o universo é criado quando nascemos e termina com nossa morte, ou levando para um ponto mais extremo, mal podemos afirmar o nosso passado: o que não garante que o universo surgiu dez segundos atrás e todas nossas memórias não passam de memórias? o Que garante que o Sol nascerá amanhã?
É claro que Fibonatt conta com recursos para lidar com esse tipo de aflição do absurdo, e se esforça para ensinar a seu aluno Unicórnio Motoqueiro a cair num eterno ciclo de ceticismo, incapacitado de fazer uma afirmação sem esbarrar em alguma contradição a posteriori.
Por mais que Fibonatt possa ser apenas um sonho do Unicórnio Motoqueiro, Fibonatt não se deixa abalar por uma crise existencial de “sou apenas um sonho”; “não sou real”; “apenas sou uma caricatura de uma sequência geométrica periódica”, Fibonatt se afirma o tempo todo na natureza, e que diferença faz se somos parte de um sonho ou uma simulação de computador de forma recursiva criada por um deus lâmpada entediado?
De outra forma, Fibonatt acreditaria que uma concepção desse tipo levada aos extremos culminaria no solipsismo radical: uma crença de que só posso afirmar a minha existência, a tal ponto de sequer podermos reconhecer outras pessoas ou seres vivos como consciência: tudo, absolutamente tudo, seria projeção de nossa mente, o universo é criado quando nascemos e termina com nossa morte, ou levando para um ponto mais extremo, mal podemos afirmar o nosso passado: o que não garante que o universo surgiu dez segundos atrás e todas nossas memórias não passam de memórias? o Que garante que o Sol nascerá amanhã?
É claro que Fibonatt conta com recursos para lidar com esse tipo de aflição do absurdo, e se esforça para ensinar a seu aluno Unicórnio Motoqueiro a cair num eterno ciclo de ceticismo, incapacitado de fazer uma afirmação sem esbarrar em alguma contradição a posteriori.
Por mais que Fibonatt possa ser apenas um sonho do Unicórnio Motoqueiro, Fibonatt não se deixa abalar por uma crise existencial de “sou apenas um sonho”; “não sou real”; “apenas sou uma caricatura de uma sequência geométrica periódica”, Fibonatt se afirma o tempo todo na natureza, e que diferença faz se somos parte de um sonho ou uma simulação de computador de forma recursiva criada por um deus lâmpada entediado?